5.º CEORN - Curso Especial de Oficiais da Reserva Naval

 


Listagem completa do 5.º CEORN

A 4 de Outubro de 1962, a Escola Naval acolhe o 5.º CEORN, constituído por 46 Cadetes, sendo 20 da classe de Marinha, 12 da classe de Fuzileiros, 8 da classe de Administração Naval, 5 da classe de Engenheiros Maquinistas Navais e 1 da classe de Engenheiros Construtores Navais.

Pela primeira vez foi incorporado um cadete na nova classe de Engenheiros Construtores Navais e, também pela primeira vez, um curso da Reserva Naval não alistou nenhum médico.

Era, à data, Director e 1º comandante da Escola Naval, o Comodoro Laurindo Henriques dos Santos, sendo Director de Instrução o CTEN Paulo Belmarço da Costa Santos.

Embora na prática, muitos RN’s de cursos anteriores se mantivessem ao serviço para além de um ano após a promoção ao posto de Aspirante, por força da nomeação para o comando de Lanchas de Fiscalização ou para as guarnições das Companhias e Destacamentos de Fuzileiros, em África, só em 14 de Maio de 1962 foi superiormente emitida a Directiva do Estado-Maior determinando que os
cadetes seriam licenciados depois de cumprirem o serviço mínimo legal na Armada como Aspirantes a Oficial, se as necessidades de defesa nacional não exigissem maior extensão desse serviço”.

 

 

Em cima, o 5º CEORN com o Comandante Artur Manuel Coral Costa e, em baixo, a identificação de cada um dos presentes.

 

 

1-Comandante Artur Coral Costa, 2-Adelino Muñoz de Almeida, 3-Pedro Ferreira Pinto,
4-Duarte Drummond Esmeraldo, 5-Alberto Pereira Marques, 6-Jaime Garcia Bentes,
7-Victor Elias Baptista, 8-Fernando Tavares Farinha, 9-Luís Penedo,
10-Francisco Cunha Lucas, 11-Manuel Reis de Assunção, 12-Luís Albergaria Âmbar,
13-Pedro Pinto da Silva, 14-António Sousa Santos, 15-Inocêncio Mourato,
16-Abel Machado de Oliveira, 17-Ângelo Fonseca Ribeiro, 18-Luís Araújo Frias,
19­Godofredo Marques dos Reis, 20-Rui Rio Coles, 21-Fernando Alves Serra,
22-Jorge dos Santos Martins, 23-Adalberto Mesquita, 24-João Carvalho Carreira,
25-João Malheiro Araújo, 26-António Machado Lopes, 27-João Nunes da Fonseca,
28-Luís Silveira, 29-Carlos Rodrigues, 30-José Sampaio Cabral,
31-Francisco Ferreira da Silva, 32-José Mesquita Barbas, 33-Eduardo Medeiros,
34-Carlos Mendes Uva, 35-Óscar Socorro Monteiro, 36-Emídio Serrano,
37-Manuel Corrêa de Barros, 38-Augusto Machado, 39-Eduardo Tavares da Costa,
40-António Salgado Soares, 41­José Luís Couceiro, 42-Manuel Gomes de Vallera,
43-Bernardino Oliveira, 44-Manuel Sales Grade, 45-Emídio Simões, 46-Fernando Baltazar,
47-José Tomé de Carvalho.

E, no final de 1962, encontravam-­se na efectividade de serviço 80 Oficiais da Reserva Naval, sendo 11 com o posto de 2º Tenente e 41 com o posto de Sub­­Tenente, o que significa que 65% dos Oficiais RN prestavam serviço efectivo há mais de um ano.

O 5º CEORN adoptou como patrono o Capitão Tenente Oliveira e Carmo, Oficial da Armada que em 18 de Dezembro de 1961, então com o posto de 2º Tenente e no comando da Lancha de Fiscalização “Vega”, travou no mar da Índia um combate desigual com a aviação da União Indiana, quando esta invadiu o território português do Estado da Índia, daí resultando a sua morte em combate, tornando­-se este Oficial uma legenda heróica da História da Marinha de Guerra Portuguesa.

 

 

Em cima, Fernando Alves Serra e Vitor Elias Baptista na “Diogo Cão”
com o 1TEN Raul Janes Semedo e, em baixo,
Fernando Alves Serra e Manuel Assunção no Caça Minas “Santa Maria”.

 


Em 8 de Fevereiro de 1962 é aumentado ao efectivo dos navios da Armada, o Navio-Escola “Sagres” tendo entrado pela primeira vez no porto de Lisboa em 23 de Junho, depois de uma viagem iniciada no Rio de Janeiro, em 25 de Abril desse ano. Foi seu primeiro comandante, o então CTEN Henrique Afonso da Silva Horta.

Ainda com o 5º CEORN na fase de instrução, verificou-­se a 3 de Abril de 1963 o incêndio da Fragata “D. Fernando II e Glória”, fundeada no Mar da Palha e que aí tinha a funcionar uma obra social de formação de futuros marinheiros.

Este navio viria a ser recuperado trinta e cinco anos mais tarde, e novamente reintegrado no efectivo dos navios da Armada, em 1998, sendo actualmente uma Unidade Museu
.

 

 

O Comandante Artur Manuel Coral Costa,
que acompanhou o 5º CEORN na Viagem de Instrução, em substituição do Director de Instrução.

 

A viagem de instrução realizou­-se na Fragata Diogo Cão, sob o comando do CFR Henrique Mateus da Silveira Borges, tocando os portos das ilhas da Madeira e Açores.

 

 

Pedro Ferreira Pinto e Fernando Alves Serra na “Diogo Cão”.

 

Em 21 de Abril de 1963, foram os 46 cadetes promovidos ao posto de Aspirante iniciando o período de serviço nas diversas Unidades. Na cerimónia do respectivo juramento de bandeira, após conclusão do curso, foi entregue o prémio Reserva Naval ao Cadete EMQ Adalberto dos Santos Mesquita por ter sido o aluno mais classificado no conjunto da média de frequência escolar e da classificação de carácter militar.

 

 

Adalberto dos Santos Mesquita, Prémio Reserva Naval do 5.º CEORN.

 

O aumento de unidades operacionais nos cenários das bacias hidrográficas ultramarinas originou a mobilização de mais oficiais da Reserva Naval, de entre eles Duarte Drummond Esmeraldo, Godofredo Marques dos Reis, Alberto Pereira Marques e Fernando Tavares Farinha do 5º CEORN, assumindo as funções de Oficiais Imediatos das novas LFG’s, respectivamente “Argos”, “Dragão”,“Pégaso” e “Escorpião”.

Em Angola, Manuel Reis da Assunção e Victor Elias Baptista assumiram o Comando das LFP’s “Régulus” e “Rigel”, em comissão de serviço nas águas do rio Zaire.

1963 é ainda o ano do início da luta armada na Guiné, com o ataque do PAIGC ao aquartelamento de Tite, em 23 de Janeiro.

Sucedem­-se as mobilizações dos componentes deste 5º CEORN, nomeadamente Abel Fernando Machado de Oliveira, que na Guiné, é integrado no destacamento de Fuzileiros Especiais n.º 8. Ferido em combate, viria a ser o primeiro oficial na história da Reserva Naval a ser condecorado com a Medalha de Cruz de Guerra de 3ª classe, conforme publicação da OA ­ 1ªsérie, n.º33 de 15­Jul64. Abel de Oliveira frequentou o curso de especialização em Fuzileiro Especial, embora fosse oriundo da classe de Marinha.
 

 

 

Abel Machado de Oliveira, José Luis Couceiro e Emídio da Silva Simões.

 

Também na Guiné, e igualmente pertencendo ao Destacamento de Fuzileiros n.º 8, José Luis Couceiro, conforme publicação da OA ­ 1ª série, n.º 24 de 16Jun65 tornar-­se­-ia no primeiro oficial da Reserva Naval a receber a Medalha da Cruz de Guerra de 2ª classe.

Ainda no mesmo ano e por Portaria de 2 de Novembro, era concedida também a Emídio da Silva Simões, do DFE 9, a Medalha da Cruz de Guerra de 2ª classe.

A Portaria que estabelece as condições em que os Oficiais da Reserva Naval podem ingressar na Classe do Serviço Especial do Quadro Permanente dos Oficiais da Armada, criada pelo Decreto-Lei n.º 44.738, viria a permitir o ingresso de vários oficiais da Reserva Naval deste curso, neste Quadro, nomeadamente José Tomé de Carvalho, Manuel José Corrêa de Barros, Manuel Sales Grade, António Salgado Soares e Augusto Teixeira Machado, todos da classe de Fuzileiros, tendo os três últimos atingido o posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra.

Tal como se verificara nos anteriores cursos, também o 5.º CEORN forneceu diversos oficiais para os navios-patrulhas, Draga-Minas, Fragatas e outras Unidades, tendo permanecido durante vários anos, como instrutor no Grupo N.º 1 de Escolas de Armada, em Vila Franca de Xira, António Heitor de Sousa Santos, que foi licenciado quando atingira já o posto de primeiro-tenente da Reserva Naval.

Passados que são quase trinta e sete anos desde que entraram pela primeira vez na Escola Naval, fica também para este curso a memória daqueles que serão sempre recordados com muita saudade. Em cada encontro, e à voz de chamada, a sua presença será sempre lembrada.

Fontes:
Texto e fotos de arquivo do autor; Revista nº 9 da AORN de Jan/Mar 1999; Anuário da Reserva Naval dos Comandantes Adelino Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado.

 
Galeria de fotos:
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Abel Fernando Machado de Oliveira

 

 

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